Entardeceu. Lembro-me dos teus
passos até chegares a mim. Chegaste. Olhaste-me na profundidade dos meus olhos
e eu senti-me completamente nua. Sim, é verdade. Prendeste-me a respiração e o
silêncio imperou nos nossos corpos. Sedenta de mim, percorres-me sem pressa e
saboreias cada pedaço meu… Senti-me o próprio céu a ser beijado pelas nuvens.
Tocaste-me lentamente os seios na descoberta do mistério do tempo. E o fogo
inundou-me a alma… Cada segundo nos teus braços era como o sabor de um vinho
frutado que desliza pela garganta e nos faz flutuar… Sim, é esse o verbo:
Flutuar! E tudo o que vivi contigo naquele momento. Lembro-me do teu corpo
dançar em torno do meu, como o vento que me embala… Recordo-me da poesia da tua
boca na minha e de abraçarmos a Lua. Gritei, gemi, morri exausta de tanta vida invadir-me
da forma mais voraz. Senti um vendaval arrasar-me numa onda de tanto amor.
Senti o pecado perseguir-me no pensamento e vivi contigo resquícios de sonhos
que hoje já não existem… tal como tu.
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