segunda-feira, 27 de abril de 2015

Os meus versos, hoje...

Os meus versos 

hoje, 

são mudos. 

são cegos.

São Intocáveis. 


Não têm cheiro. Não têm sabor. 


Os meus versos

hoje, 

são silêncio. 

são Ausência.  

são esquecimento, 

apenas...

(Rita Pea, 2015) 

quarta-feira, 8 de abril de 2015

A Bailarina

Vi uma bailarina dançar,

na discreta margem esquerda do rio. 


O seu corpo, flutuava

como a água que seguia o seu rumo.

Fiquei ali, 


com os meus olhos presos

à verdade dos seus movimentos, 

a sentir a intensidade das suas emoções

como se eu fosse o oceano,

à espera de me entregar 


no leito da eternidade...


Rita Pea, 2015

terça-feira, 7 de abril de 2015

A Madrugada

A madrugada 

escorre pelos dedos, 

contornando o rasto de tinto

que ainda permanece no copo,

depois da lua ter bebido 

nos meus lábios, 

a fragrância da noite... 



Rita Pea, 2015 

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Discórdia com o Amor

Já não concordo com o Amor 

E tenho a gramática do meu lado. 

Os pretéritos, perfeito e imperfeito, 

As exclamações, as interrogações, as reticências... 

Tenho também a prosa, 

a crónica e o conto, 

As ciências exactas, o vinho e a espiritualidade, 

Tenho a poesia 

que me permite refutar o óbvio 

e ouvir a inquietação da certeza...



Rita Pea, 2015